ResuMED de miomatose uterina: fisiopatologia, clínica, diagnóstico, tratamento e mais!

ResuMED de miomatose uterina: fisiopatologia, clínica, diagnóstico, tratamento e mais!

Como vai, futuro Residente? Um dos principais temas cobrados nas provas de Residência Médica, principalmente em Ginecologia, é miomatose uterina. Por isso, nós do Estratégia MED preparamos um resumo exclusivo com tudo o que você precisa saber sobre o assunto para garantir sua vaga nos melhores concursos! Para saber mais, continue a leitura. Bons estudos!

Inscreva-se em nossa newsletter!

Receba notícias sobre residência médica, revalidação de diplomas e concursos médicos, além de materiais de estudo gratuitos e informações relevantes do mundo da Medicina.

O que é miomatose uterina?

O mioma uterino é um tumor benigno formado por fibras musculares lisas e tecido conectivo, geralmente múltiplos. Sua incidência é de 50% a 80% em mulheres no período reprodutivo, sendo os tumores pélvicos mais comuns. 

Desde 2011, a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia criou uma classificação dos miomas em 9 tipos, de acordo com sua localização no útero:

  • 0: intracavitário, pediculado.
  • 1: submucoso, com menos de 50% intramural.
  • 2: submucoso, com mais de 50% intramural.
  • 3: intramural, tangenciando o endométrio.
  • 4: intramural.
  • 5: subseroso, com mais de 50% intramural.
  • 6: subseroso, com menos de 50% intramural.
  • 7: subseroso, pediculado.
  • 8: outros.

Fisiopatologia

Histologicamente os miomas têm origem em um único miócito. São tumores arredondados, de consistência fibroelástica e cor esbranquiçada, com pseudocápsula fina que produz um plano de clivagem com o miométrio, facilitando sua exérese. 

Eles apresentam receptores de estrógeno e progesterona, ou seja, são hormônio-dependentes, o que explica seu maior desenvolvimento durante a fase reprodutiva das mulheres e costumam regredir após a menopausa.

Em alguns casos, os miomas podem sofrer uma degeneração, com a troca de seu tecido “normal” por outro. Os tipos de degeneração podem ser: 

  • Hialina: é a mais comum.
  • Calcificada: após a menopausa.
  • Cística: devido à liquefação da degeneração hialina.
  • Mucóide: apresenta cistos de material gelatinoso.
  • Rubra: infarto hemorrágico do mioma, mais frequente no ciclo gravídico puerperal ou durante o uso de pílulas anticoncepcionais ou análogos de GnRH.
  • Gordurosa: substituição por tecido gorduroso – menos frequente.
  • Sarcomatosa: rara e de mau prognóstico, acometendo pacientes mós-menopausa e de rápido desenvolvimento. Apresenta aumento das mitoses e atipia celular.

Fatores de risco e de proteção

FATORES DE RISCOFATORES DE PROTEÇÃO
Idade entre 35 e 50 anosUso de anticoncepcional oral combinado
Raça negraTabagismo
História familiarPrática de atividades físicas
Menarca precocePrevenção da deficiência de vitamina D
ObesidadeConsumo de vitamina A
NulipardadeParidade
Álcool e carnes vermelhasConsumo de vegetais verdes e frutas cítricas
Hipertensão arterial
Exposição intraútero ao dietilestilbestrol

Claramente não deve ser indicado tabagismo para prevenir miomatose, mas pode ser considerado um fator de proteção devido à inibição da aromatase, causando hipoestrogenismo.

Quadro clínico

Os sintomas da miomatose dependem da sua localização e tamanho:

  • Submucosos: metrorragia.
  • Intramurais: hipermenorragia.
  • Subseroso: dor pélvica e sintomas compressivos – geralmente são assintomáticos.

Os miomas manifestam-se em cerca de 5% dos casos com infertilidade, principalmente os submucosos, pois provocam inflamação e distorcem a cavidade endometrial.

Ao exame físico é possível encontrar aumento do volume abdominal devido ao útero de tamanho aumentado, palpável no hipogástrio, de consistência fibroeslástica e bocelado. No exame ginecológico de toque bimanual é possível verificar o útero com essas características, deve ser mobilizado para tentar confirmar que o tumor palpável está localizado no útero, e não nos anexos.

Diagnóstico

Os principais exames diagnósticos utilizados para auxiliar na formação são:

  • Ultrassom: permite avaliar o volume uterino e visualizar nódulos miomatosos. Pode ser feito com doppler para observar a vascularização.
  • Histerossonografia: permite medir a profundidade da lesão, o que é útil para o planejamento cirúrgico.
  • Ressonância magnética: auxilia no planejamento cirúrgico, na diferenciação diagnóstica e na avaliação clínica dos casos.
  • Histeroscopia: é o padrão-ouro, pois permite avaliação da cavidade endometrial para visualização em tempo real dos miomas submucosos ou outras lesões cavitárias.

Os principais diagnósticos diferenciais da miomatose uterina são patologias que provocam sangramento uterino anormal (pólipos, adenomiose, tumores malignos do útero, abordo ou gravidez) e patologias que provocam dor pélvica (tumores anexiais, endometriose, infecção urinária e doenças intestinais).

Tratamento

O tratamento dos miomas uterinos podem ser clínico ou cirúrgico, mas para pacientes assintomáticas, a conduta é expectante!

Tratamento clínico

Podem ser utilizados fármacos não hormonais ou hormonais, sendo os hormonais com o objetivo de reduzir ou impedir o crescimento dos miomas. Um tratamento clínico hormonal induz a paciente a uma menopausa, o que auxilia na resolução do quadro sem necessidade de intervenção cirúrgica.

Os medicamentos utilizados podem ser:

  • Hormonais: ACHO, progestágenos, SIU levonorgestrel, SPRMs, análogos de gnRH.
  • Não hormonais: anti-inflamatórios e antifibrinolíticos.

Tratamento cirúrgico

O tratamento cirúrgico pode ser conservador ou definitivo, sendo o conservador a miomectomia, e o definitivo a histerectomia total ou subtotal. As indicações para tratamento cirúrgico são:

  • Recorrências;
  • Falha no tratamento clínico;
  • Escolha da paciente;
  • Suspeita de malignidade; e
  • Tratamento da infertilidade/abortos recorrentes.

A miomectomia é indicada para pacientes que não possuem prole constituída ainda, preservando seu futuro reprodutivo, e a histerectomia para pacientes com prole constituída. São contraindicações para histerectomia: suspeita de câncer de colo ou endométrio, presença de lesões anexiais, endometriose pélvica ou história de doença inflamatória pélvica e útero maior que 300 cm³.

Quando a miomectomia não é possível, ou em casos mais complexos, pode ser realizada também uma embolização das artérias uterinas, que compromete o aporte sanguíneo para o útero e endométrio para provocar necrose tumoral e redução dos miomas. Porém, é contraindicada para pacientes gestantes, com infecção ativa em útero ou anexos, ou com suspeita de câncer no trato genital inferior.

As diferentes vias e técnicas cirúrgicas dependem de cada caso específico, de acordo com a localização, tamanho do útero e história da paciente. Você pode ter acesso a mais detalhes do tratamento cirúrgico dos miomas uterinos no material completo do Estratégia MED! Não deixe de conferir!

Chegamos ao fim do nosso resumo! Neste texto você aprendeu mais sobre miomas uterinos. Confira o portal do Estratégia MED para ter acesso a mais resumos de ginecologia!

Gostou do conteúdo? Não se esqueça de fazer parte do time Estratégia MED acessando a nossa plataforma! Lá você encontra tudo o que precisa sobre diversos temas para as provas de Residência Médica, com acesso às videoaulas, resumos, materiais, simulados, bancos de questões e muito mais exclusivamente para você, futuro Residente! Não deixe de conferir!

Não se esqueça de compartilhar com um amigo futuro residente também. Afinal, quem estuda junto, passa junto!

BANNER_PORTAL_ (1).jpg

Você também pode se interessar por:

Você pode gostar também
hiperprolactinemia
Leia mais

ResuMED de hiperprolactinemia

A prolactina é um hormônio produzido pela hipófise anterior. Entender seu mecanismo e função é matéria de estudo…