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O que é a obesidade?
Na medicina, obesidade é considerada uma doença crônica com uma etiologia multivariada. Ela compreende uma disfunção fisiológica do corpo humano, sua causa inicial pode ser genética, endócrina ou a relação do indivíduo com o ambiente. Além disso, o excesso de peso é um importante fator de risco para outras doenças e comorbidades.
A obesidade pode alterar diversas funções corporais, estruturalmente, é representada pelo excesso de tecido adiposo, uma mudança anatômica consistente.
Entretanto, vários outros sistemas são afetados, como o cardiovascular, que passa a trabalhar muito mais para suprir as demandas teciduais, e o sistema imune, que fica em estado inflamatório constante.Tal alteração faz com a obesidade seja classificada como uma doença inflamatória crônica, por conta da atividade inflamatória do tecido adiposo – presente em excesso nos indivíduos obesos. Os adipócitos liberam adipocinas inflamatórias como IL-6, TNF-α a leptina, que impactam todo o organismo, inclusive o coração, mantendo o corpo em constante inflamação.
Considerada uma das maiores epidemias, a obesidade é um problema de saúde internacional. Algumas pesquisas mostram que ela pode diminuir a expectativa de vida do indivíduo em quase 10 anos, principalmente por estar associada a outras doenças como:
- Hipertensão arterial;
- Diabetes e outras síndromes metabólicas;
- Dislipidemia; e
- Problemas cardíacos.
No Brasil os dados são alarmantes. Cerca de metade da população adulta encontra-se na faixa do sobrepeso, nos Estados Unidos esse valor passa de 60% nos adultos. A obesidade primária, por sua vez, é observada em 12% dos homens brasileiros e quase 17% das mulheres, totalizando um montante de quase 20 milhões de brasileiros classificados como obesos.
Diagnóstico
A principal ferramenta diagnóstica utilizada para a obesidade é o valor do Índice de Massa Corporal (IMC). Esse valor é dado por uma fórmula matemática que divide a massa do indivíduo — em Kg — pelo quadrado da altura — em metros.
Pacientes com IMC acima de 25 Kg/m2 são considerados acima do peso, quando esse valor passa dos 30, são considerados obesos .
Para alguns indivíduos, outras ferramentas podem ser utilizadas, a fim de diagnosticar a obesidade. Alguns atletas de alto rendimento, por exemplo, podem ter um valor de IMC muito alto, por conta do seu grande desenvolvimento muscular. Contudo, pacientes assim não são considerados obesos por conta da baixa porcentagem de gordura corporal.
Obesidade infantil
A prevalência da obesidade infantil tem crescido seriamente. Crianças acima do peso tendem a ser adultos obesos, carregando consigo diversos fatores que colocam suas vidas em risco. Comorbidades associadas à obesidade, como hipertensão e diabetes, têm atingido populações com faixas etárias menores e diminuído a expectativa de vida dos futuros adultos.
A obesidade sozinha ou acompanhada de outras doenças, principalmente as cardiovasculares, tem sido responsável por grande índice de mortes prematuras no início da vida adulta. Nesses casos, o elevado IMC começou na infância. No mundo existem mais de 75 milhões de crianças acima do peso e, no Brasil, uma em cada três crianças está nessa situação.
Quais as classificações?
A classificação da obesidade é feita pelo IMC. A Sociedade Americana de Cirurgia Bariátrica apresenta 6 níveis para a classificação da obesidade. São eles:
- IMC entre 27 e 30: obesidade pequena;
- IMC entre 30 e 35: obesidade moderada;
- IMC entre 35 e 40: obesidade grave;
- IMC entre 40 e 50: obesidade mórbida;
- IMC entre 50 e 60: superobesidade; e
- IMC maior do que 60: super-superobesidade.
A classificação mais comum e adotada pela OMS divide a obesidade em 3 graus:
- Grau l: com IMC entre 30 e 34,9;
- Grau ll: com IMC entre 35 e 39,9; e
- Grau lll: com IMC acima de 40.
Quais as principais causas?
A obesidade é uma doença multifatorial, ou seja, possui várias causas que atuam de maneira isolada ou em conjunto. As principais delas e os fatores de risco para obesidade são:
- Desequilíbrio entre a ingestão calórica e o consumo dessa energia. O que acontece devido a uma alimentação exagerada ou atividade física insuficiente;
- Hábito alimentar ruim, com alimentos pouco nutritivos, mas muito calóricos, ou com lipídios em excesso;
- Componentes psicológicos que desencadeiam compulsão alimentar;
- Fatores genéticos ligados ao metabolismo e à atividade endócrina da digestão, como o popular ‘metabolismo lento’;
- Histórico familiar positivo; e
- Diabetes tipo 2.
Tratamento
O tratamento varia de acordo com o grau e origem da doença.
Pacientes com obesidade grau l não são indicados para o tratamento cirúrgico. Nesses casos, reeducação alimentar e atividade física são as principais abordagens terapêuticas. Vale ressaltar a importância de um profissional capacitado para a orientação do paciente, para que o processo seja saudável, monitorado e específico para cada indivíduo.
Em casos de obesidade grau II, quando ela não é acompanhada de outras doenças crônicas relacionadas à obesidade, o tratamento inicial é parecido. Mudanças nos hábitos de vida, principalmente na alimentação e atividade física, são as principais ferramentas utilizadas. Nesse quadro, alguns medicamentos, como derivados da sibutramina, podem ajudar.
Já para obesidade grau lll, ou grau ll com doenças crônicas associadas, o tratamento é cirúrgico. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, esses dois grupos são os que têm indicação para o tratamento mais invasivo, que pode ser feito por diversas técnicas, a mais comum delas é a redução de estômago por bypass.
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