Resumo de Braquicefalia: causas, prevenção e mais!

Resumo de Braquicefalia: causas, prevenção e mais!

Olá, querido doutor e doutora! Braquicefalia é uma deformidade craniana caracterizada pelo encurtamento do diâmetro anteroposterior do crânio, resultando em uma cabeça larga e achatada. A condição pode ser classificada como posicional ou sinostótica. A braquicefalia posicional é causada por pressão externa repetitiva, frequentemente devido à posição supina prolongada. Já a braquicefalia sinostótica resulta da fusão prematura das suturas coronais, frequentemente associada a fatores genéticos.

A etimologia da palavra “braquicefalia” deriva do grego, onde “brachy” significa curto e “kephale” significa cabeça. Portanto, braquicefalia literalmente se traduz em “cabeça curta”, descrevendo a característica principal da condição, sendo o encurtamento do diâmetro anteroposterior do crânio, resultando em uma cabeça larga e achatada.

Conceito e Epidemiologia da Braquicefalia 

Braquicefalia é uma deformidade craniana caracterizada pelo encurtamento do diâmetro anteroposterior do crânio e pelo aumento do diâmetro biparietal, resultando em uma cabeça larga e achatada. Esta condição pode ser classificada como não sinostótica, geralmente causada por pressão externa repetitiva (como o posicionamento do bebê), ou sinostótica, devido à fusão prematura das suturas coronais do crânio, exigindo intervenção médica para correção.

A braquicefalia é uma condição relativamente comum em recém-nascidos e lactentes, com uma incidência aumentada desde a recomendação de colocar os bebês para dormir de costas para prevenir a síndrome da morte súbita infantil (SMSI). Até 20% dos bebês podem desenvolver algum grau de deformidade craniana posicional, incluindo braquicefalia.

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Etiologia e Fatores de Risco da Braquicefalia 

A etiologia da braquicefalia pode ser dividida em duas categorias principais:

A braquicefalia posicional, também conhecida como não sinostótica, ocorre devido à pressão externa repetitiva no crânio do bebê, frequentemente resultante da posição supina prolongada durante o sono. Essa forma é caracterizada por um achatamento simétrico do osso occipital e, geralmente, não afeta o desenvolvimento neurológico.

A braquicefalia sinostótica ocorre devido à fusão prematura das suturas coronais do crânio, um processo conhecido como craniossinostose. Esse tipo de braquicefalia pode ser associado a fatores genéticos, como mutações nos genes FGFR-2, FGFR-3, TWIST1 e EFNB1, e frequentemente resulta em um encurtamento do diâmetro anteroposterior do crânio com alargamento do diâmetro biparietal.

A posição de sono é um dos principais fatores de risco para a braquicefalia, especialmente quando os bebês são colocados para dormir de costas de forma consistente. Essa prática, embora recomendada para prevenir a síndrome da morte súbita infantil (SMSI), pode levar ao desenvolvimento de achatamento na parte posterior da cabeça devido à pressão constante. Além disso, bebês que passam muito tempo deitados em superfícies rígidas, como cadeirinhas ou berços, estão em maior risco de desenvolver essa deformidade craniana. Outros fatores de risco incluem parto prematuro, histórico familiar e predisposições genéticas.

Diagnóstico da Braquicefalia 

O diagnóstico de braquicefalia começa com uma avaliação clínica detalhada. A história médica inclui perguntas sobre o início e a progressão da deformidade, posições de sono, tempo em dispositivos como cadeirinhas e histórico familiar de deformidades cranianas. O exame físico envolve a inspeção e palpação da cabeça para determinar a simetria e a presença de achatamento.

Exame Físico 

Inspeção visual: avaliação da forma do crânio, procurando por achatamento simétrico no caso de braquicefalia posicional. 

Palpação das suturas: verificação de suturas abertas ou fundidas, crucial para diferenciar entre braquicefalia posicional e sinostótica.

Exames de Imagem 

Tomografia Computadorizada (TC): utilizada para confirmar a fusão prematura das suturas cranianas em casos suspeitos de braquicefalia sinostótica. 

Radiografias: podem ser úteis para visualizar a estrutura do crânio e avaliar a necessidade de intervenção cirúrgica.

Diferenciação entre Tipos 

Braquicefalia posicional: diagnóstico clínico baseado na história e exame físico, sem necessidade de exames de imagem em muitos casos. 

Braquicefalia sinostótica: confirmada mediante TC, que revela a fusão prematura das suturas cranianas, necessitando de intervenção especializada.

Tratamento da Braquicefalia 

Braquicefalia Posicional (Não Sinostótica)

O tratamento da braquicefalia posicional começa geralmente com métodos conservadores, como reposicionamento. Os pais são orientados a alternar a posição da cabeça do bebê durante o sono e a promover o tempo de bruços (supervisionado) para aliviar a pressão da parte posterior da cabeça. Além disso, pode-se utilizar fisioterapia para melhorar a mobilidade e a simetria craniana. Nos casos em que essas medidas não são suficientes, capacetes ortopédicos podem ser indicados. Esses capacetes ajudam a moldar o crânio do bebê à medida que ele cresce, aplicando uma leve pressão para incentivar o crescimento em áreas achatadas. 

Braquicefalia Sinostótica (Craniossinostose)

Para a braquicefalia sinostótica, resultante da fusão prematura das suturas cranianas, a intervenção cirúrgica é frequentemente necessária. A cirurgia é geralmente realizada entre os 6 e 12 meses e visa corrigir a forma do crânio e permitir o crescimento adequado do cérebro. Procedimentos comuns incluem a cranioplastia assistida por molas, que ajuda a separar as suturas fusionadas e a remodelar o crânio. Em alguns casos, a sutura endoscópica seguida de terapia com capacete pode ser uma opção. Esta abordagem menos invasiva utiliza pequenas incisões, sendo seguida pelo uso de um capacete para modelar o crânio durante o crescimento.

Antes e depois 6 meses de tratamento – Idade: 6 meses. European Craniofacial Medical Center

Complicações da Braquicefalia 

As complicações da braquicefalia posicional são principalmente estéticas. Bebês com braquicefalia posicional podem apresentar uma assimetria craniana perceptível, que pode persistir se não tratada adequadamente. Embora a condição geralmente não afete o desenvolvimento neurológico, pode levar a problemas de autoimagem e estigmatização social conforme a criança cresce.

As complicações da braquicefalia sinostótica são mais graves e podem incluir: hipertensão intracraniana, desenvolvimento neurológico inadequado, problemas visuais e anormalidades faciais. 

Prevenção da Braquicefalia

A braquicefalia posicional pode ser prevenida com algumas medidas simples: 

Reposicionamento regular: alterar a posição da cabeça do bebê durante o sono, evitando que a pressão fique sempre na mesma área. Colocar o bebê para dormir de costas é essencial para prevenir a síndrome da morte súbita infantil (SMSI), mas a posição da cabeça pode ser alternada entre os lados direito e esquerdo. 

Tempo de bruços supervisionado: incentivar o bebê a passar tempo de bruços enquanto estiver acordado e sob supervisão. Isso não só ajuda a aliviar a pressão na parte de trás da cabeça, mas também fortalece os músculos do pescoço e dos ombros. 

Reduzir o tempo em dispositivos: limitar o tempo que o bebê passa em dispositivos que aplicam pressão constante na parte posterior da cabeça, como cadeirinhas, balanços e assentos infantis. 

Variedade de posições: mudar regularmente a posição do bebê enquanto ele está acordado, como segurar o bebê em diferentes posições, para evitar pressão contínua em uma área específica do crânio.

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Veja Também

Referências Bibliográficas 

  1. Ita MI, Weisbrod LJ, Rizvi MB. Brachycephaly. [Updated 2024 Mar 20]. In: StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024 Jan-. Available from: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK567709/
  1. Imagem em destaque: MedicalDaily
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