Resumo de Candidíase Oral em Bebês: riscos, tratamento e mais!
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Resumo de Candidíase Oral em Bebês: riscos, tratamento e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A candidíase oral infantil é uma infecção fúngica comum que acomete principalmente lactentes nas primeiras semanas de vida. Resulta do crescimento excessivo de espécies de Candida, em especial Candida albicans, favorecido por fatores como imaturidade imunológica e alterações na microbiota oral. O diagnóstico é essencialmente clínico, e o tratamento com nistatina oral geralmente promove resolução completa.

Em até 65% dos recém-nascidos saudáveis, o fungo pode estar presente na mucosa oral sem causar sintomas, tornando a infecção uma manifestação de desequilíbrio entre o hospedeiro e o micro-organismo.

O que é candidíase oral em bebês 

A candidíase oral é uma infecção fúngica superficial da mucosa oral causada pelo crescimento excessivo de espécies do gênero Candida, especialmente Candida albicans. É a infecção fúngica mais comum da cavidade oral em lactentes, sendo conhecida popularmente como sapinho.

Epidemiologia e fatores de risco

A candidíase oral em lactentes é uma condição frequente, especialmente nas primeiras semanas de vida. Afeta cerca de 2% a 5% dos recém-nascidos saudáveis e pode chegar a 7% em alguns estudos populacionais. Apesar da elevada taxa de colonização por Candida na mucosa oral, apenas uma minoria das crianças desenvolve a forma clínica da doença.

A forma pseudomembranosa aguda representa até dois terços dos casos em bebês, observada principalmente em recém-nascidos e lactentes jovens. Outras variantes, como a candidíase atrófica (eritematosa) e a queilite angular, são menos comuns nessa faixa etária.

A infecção é mais frequente em neonatos de baixo peso, prematuros, crianças imunodeprimidas e naquelas submetidas a uso prolongado de antibióticos ou corticoides, que alteram a microbiota oral. A transmissão pode ocorrer durante o parto, por contato com o canal de parto materno colonizado, ou após o nascimento, por meio de contaminação cruzada de mamadeiras, chupetas e utensílios de alimentação.

Avaliação clínica

O quadro típico apresenta placas brancas ou branco-amareladas, de aspecto semelhante a “coalhos de leite”, localizadas na língua, mucosa jugal, palato duro e mole, podendo estender-se até a orofaringe. Essas placas são friáveis, e sua remoção revela uma superfície eritematosa e dolorida, que pode sangrar.

Os sintomas associados incluem irritabilidade, diminuição da sucção, recusa alimentar e, em alguns casos, choro durante a amamentação. O bebê pode permanecer com o estado geral preservado, embora apresente desconforto oral importante.

Na anamnese, é importante investigar uso recente de antibióticos ou corticoides, histórico de imunodeficiência (como infecção por HIV), ocorrência de candidíase mamilar em mães lactantes, além de hábitos de higiene de chupetas, mamadeiras e utensílios utilizados na alimentação.

Durante o exame físico, o médico deve procurar lesões concomitantes, como dermatite candidiásica de fralda ou queilite angular, que frequentemente coexistem com a forma oral. O estado nutricional e a hidratação da criança também devem ser avaliados.

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Diagnóstico 

O diagnóstico da candidíase oral em crianças é predominantemente clínico, baseado na identificação das lesões típicas durante o exame da cavidade oral. A presença de placas brancas ou esbranquiçadas aderidas à mucosa, com base eritematosa e que podem sangrar ao serem removidas, é considerada característica da doença.

Em lactentes saudáveis, a observação direta das lesões é suficiente para estabelecer o diagnóstico, dispensando exames complementares. No entanto, em casos refratários ao tratamento, recorrentes ou quando há suspeita de imunodeficiência, recomenda-se realizar exame microscópico de raspado da lesão, utilizando hidróxido de potássio (KOH) ou coloração de Gram, para visualizar leveduras e pseudohifas de Candida.

O diagnóstico diferencial inclui condições que produzem lesões esbranquiçadas ou ulceradas na mucosa oral, como restos de leite aderidos, herpes neonatal, mucosite medicamentosa, líquen plano, eritema multiforme e deficiências nutricionais (ferro, ácido fólico, vitamina B12 ou zinco).

Tratamento

O tratamento da candidíase oral em crianças visa eliminar o fungo, aliviar os sintomas e prevenir recidivas. Em lactentes saudáveis com doença leve, a primeira escolha é o uso de nistatina em suspensão oral, recomendada pelas principais diretrizes internacionais.

A nistatina deve ser administrada na dose de 100.000 unidades (1 mL) em cada lado da boca, quatro vezes ao dia, durante 7 a 14 dias, continuando por pelo menos 48 horas após a resolução dos sintomas. Em prematuros ou recém-nascidos de baixo peso, pode-se utilizar 50.000 unidades (0,5 mL) por lado com a mesma frequência. O medicamento deve permanecer em contato com a mucosa o maior tempo possível antes de ser deglutido.

Em casos moderados, graves, recorrentes ou resistentes à nistatina, recomenda-se o uso de fluconazol oral, na dose inicial de 6 mg/kg no primeiro dia, seguida de 3 mg/kg uma vez ao dia, por no mínimo 14 dias. Para lactentes imunocomprometidos (como portadores de HIV), o fluconazol pode ser utilizado em doses de 6 a 12 mg/kg/dia, conforme a gravidade.

Quando há refratariedade ao fluconazol, pode-se empregar itraconazol oral (2,5 mg/kg duas vezes ao dia por 7 a 14 dias). O uso de terapia supressiva crônica raramente é necessário, sendo reservado para casos excepcionais de imunossupressão persistente.

Além do tratamento farmacológico, é essencial orientar os cuidadores sobre medidas preventivas, como esterilizar chupetas, mamadeiras, bicos e utensílios em água fervente, substituir objetos contaminados e, se a mãe estiver amamentando, tratar simultaneamente a candidíase mamilar quando presente.

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Referências Bibliográficas 

  1. MINER, Dean Scott; VALENTINE, Stacey; FEDOROWICZ, Zbigniew. Oral Candidiasis in Infants. DynaMed. Ipswich, MA: EBSCO Information Services, 2024.

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