Resumo de Espondiloartrose: patogênese, etiologia e mais!

Resumo de Espondiloartrose: patogênese, etiologia e mais!

Olá, querido doutor e doutora! A espondiloartrose pode comprometer seriamente a qualidade de vida dos pacientes, limitando suas atividades diárias e provocando desconforto crônico. É uma condição prevalente, especialmente entre os idosos, e caracteriza-se pelo desgaste progressivo da cartilagem articular e alterações ósseas resultando em dor, rigidez e redução da mobilidade.

Vem com o Estratégia MED conhecer a patogênese, epidemiologia, etiologia, manifestações clínicas, diagnóstico e tratamento da espondiloartrose, visando fornecer um entendimento abrangente sobre esta condição.

Conceito de Espondiloartrose 

A espondiloartrose, também conhecida como osteoartrite da coluna, é uma doença degenerativa que afeta as articulações intervertebrais e os discos da coluna vertebral. Esta condição é caracterizada pelo desgaste progressivo da cartilagem que recobre as articulações vertebrais, bem como pela degeneração dos discos intervertebrais. Com o tempo, esse desgaste leva ao contato direto entre os ossos, causando dor, rigidez e perda de mobilidade na coluna vertebral. A espondiloartrose pode afetar qualquer segmento da coluna, sendo mais comum nas regiões cervical e lombar devido à maior mobilidade e carga suportada por essas áreas.

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Patogênese da Espondiloartrose 

A patogênese da espondiloartrose envolve uma série de alterações biomecânicas e bioquímicas resultantes na degradação progressiva da cartilagem articular e na remodelação do osso subcondral. Inicialmente, há um desequilíbrio entre os processos de síntese e degradação da matriz cartilaginosa, onde a capacidade dos condrócitos de manter e reparar a cartilagem é superada pela sua degradação. Esse processo é impulsionado por fatores mecânicos, como sobrecarga repetitiva e microtraumas, e por fatores biológicos, incluindo inflamação crônica de baixo grau e alterações enzimáticas que promovem a degradação da cartilagem. 

À medida que a cartilagem se desgasta, ocorrem mudanças estruturais significativas nas articulações da coluna vertebral. O osso subcondral sofre esclerose e formação de osteófitos (projeções ósseas) como uma tentativa de estabilizar a articulação. Essas alterações resultam em perda de espaço articular e aumento da rigidez articular. Além disso, a inflamação crônica e a liberação de mediadores inflamatórios podem contribuir para a dor e a progressão da doença. Com o tempo, essas modificações estruturais e funcionais comprometem a integridade e a função das articulações vertebrais, levando a sintomas clínicos que impactam significativamente a qualidade de vida dos pacientes.

Epidemiologia da Espondiloartrose

A espondiloartrose é uma condição comum, especialmente entre a população idosa, com prevalência que aumenta significativamente após os 50 anos. Estima-se que até 80% dos indivíduos com mais de 60 anos apresentem algum grau de degeneração articular na coluna vertebral, embora nem todos manifestem sintomas clínicos. A doença é ligeiramente mais prevalente em mulheres do que em homens, e fatores de risco adicionais incluem obesidade, histórico familiar de doenças articulares, trauma prévio na coluna e ocupações que envolvem atividades físicas repetitivas ou de alto impacto. A espondiloartrose também é frequentemente associada a outras condições degenerativas da coluna, como a espondilose e a doença degenerativa do disco, exacerbando ainda mais os sintomas e a incapacidade funcional.

Etiologia da Espondiloartrose

A espondiloartrose é uma doença multifatorial, resultante da interação entre fatores genéticos, mecânicos e ambientais. Fatores genéticos podem predispor indivíduos ao desgaste articular e à degeneração discal, enquanto sobrecarga mecânica crônica, resultante de atividades repetitivas, má postura, obesidade e traumas, aceleram o desgaste das articulações vertebrais. Ocupações que envolvem levantar pesos ou movimentos repetitivos aumentam o risco da doença. Além disso, fatores ambientais e comportamentais, como tabagismo, sedentarismo e nutrição inadequada, podem exacerbar a inflamação e comprometer a capacidade do corpo de reparar a cartilagem articular, contribuindo para o processo degenerativo.

Manifestações Clínicas da Espondiloartrose 

A espondiloartrose apresenta uma variedade de manifestações clínicas que podem impactar significativamente a qualidade de vida dos pacientes. As principais manifestações incluem:

Dor nas costas, sendo uma das queixas mais comuns e frequentemente localizada na região lombar ou cervical, piorando com a atividade física e melhorando com o repouso. A dor pode irradiar para os ombros e braços em casos de espondiloartrose cervical, ou para os glúteos e pernas em casos de espondiloartrose lombar. 

Rigidez articular é especialmente notada após períodos de inatividade ou ao acordar pela manhã, dificultando os movimentos iniciais do dia. Há uma redução da mobilidade, com limitação na amplitude de movimentos da coluna vertebral, dificultando atividades diárias que envolvem flexão, extensão ou rotação da coluna. 

Sensação de crepitação ao mover a coluna é comum, devido ao atrito entre as superfícies articulares desgastadas. 

Espasmos musculares, sendo contrações involuntárias e dolorosas dos músculos ao redor da área afetada, limitam ainda mais o movimento. 

Formigamento ou dormência nos membros superiores, ou inferiores podem ocorrer devido à compressão dos nervos espinhais. 

Fraqueza muscular nos membros afetados também é resultado da compressão nervosa crônica. 

Por fim, deformidades estruturais, como escoliose ou hiperlordose, podem se desenvolver como consequência das tentativas do corpo de compensar a dor e a perda de mobilidade.

Diagnóstico de Espondiloartrose 

O diagnóstico de espondiloartrose é feito com base em uma combinação de histórico clínico, exame físico e exames de imagem:

Radiografias: as radiografias são frequentemente o primeiro exame de imagem solicitado. Elas podem revelar a presença de osteófitos (projeções ósseas), redução do espaço articular, esclerose do osso subcondral e possíveis deformidades na coluna vertebral. Embora não forneçam uma imagem detalhada dos tecidos moles, as radiografias são úteis para detectar alterações ósseas típicas da espondiloartrose. 

Tomografia computadorizada (TC): a tomografia computadorizada oferece imagens mais detalhadas da estrutura óssea em comparação com as radiografias. A TC é particularmente útil para visualizar a anatomia complexa da coluna vertebral e detectar alterações ósseas menores, como fraturas ocultas e a extensão da formação de osteófitos. Além disso, a TC pode ajudar na avaliação de alterações articulares e na visualização das facetas articulares. 

Ressonância magnética (RM): a ressonância magnética é o exame de imagem mais completo para a avaliação da espondiloartrose, ao proporcionar imagens detalhadas tanto dos ossos quanto dos tecidos moles. A RM consegue identificar a degeneração dos discos intervertebrais, a presença de hérnias de disco, compressão de raízes nervosas e alterações nos ligamentos e nos músculos ao redor da coluna. Além disso, a RM pode detectar sinais de inflamação e alterações no sinal medular, proporcionando uma visão abrangente das alterações degenerativas e suas consequências. 

Exames de densitometria óssea: Embora não sejam usados rotineiramente para diagnosticar espondiloartrose, os exames de densitometria óssea podem ser úteis para avaliar a densidade mineral óssea em pacientes com risco de osteoporose, que pode coexistir com a espondiloartrose e complicar o quadro clínico.

Tratamento de Espondiloartrose 

O tratamento da espondiloartrose é multidisciplinar e visa aliviar os sintomas, melhorar a funcionalidade e a qualidade de vida dos pacientes. As abordagens terapêuticas incluem medicação, como analgésicos e anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) para controlar a dor e a inflamação, e relaxantes musculares para aliviar espasmos. A fisioterapia é fundamental para fortalecer os músculos que sustentam a coluna, melhorar a flexibilidade e reduzir a rigidez. 

Modificações no estilo de vida, como perda de peso, exercícios regulares de baixo impacto e adoção de posturas corretas, são recomendadas para diminuir a sobrecarga na coluna. Em casos severos, intervenções como infiltrações de corticosteroides ou procedimentos cirúrgicos, como a descompressão nervosa ou fusão espinhal, podem ser necessários. Terapias complementares, como acupuntura e massagens, também podem ser benéficas no manejo dos sintomas. 

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Referências Bibliográficas 

  1. Astrid van Tubergen. Overview of the clinical manifestations and classification of spondyloarthritis. UpToDate. Last updated: Jul 03, 2024.
  1. Imagem em destaque: Pexels
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