Fala, Estrategistas! A obstrução urinária aguda é um quadro relativamente comum nas unidades de emergência. O médico generalista deve saber lidar com essa situação e como proceder com o primeiro atendimento, além de estar atento às possíveis complicações. Veja agora as principais causas, sintomas, como fazer o correto diagnóstico e como manejar esses casos na emergência.
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Dicas do Estratégia para provas
Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à obstrução urinária aguda.
- Ocorre principalmente em idosos, secundário a hiperplasia benigna da próstata;
- Em crianças é causada principalmente por distúrbios congênitos, enquanto em adultos jovens secundário a litíase urinária;
- Os principais sintomas são redução ou ausência de volume urinário, associado a dor pélvica secundário a distensão da bexiga;
- A USG é o melhor exame adicional, avalia o grau do bexigoma e hidronefrose;
- O tratamento inicial da obstrução urinária aguda envolve a descompressão da bexiga, feita com passagem de sonda vesical de demora ou de alívio.
Definição da doença
A obstrução do trato urinário aguda (OTU) representa o bloqueio do fluxo de urina ao longo do trato urinário, sendo uma condição urológica frequente nos serviços de emergência. A OTU pode complicar com insuficiência renal aguda, geralmente reversível, e hidronefrose.
Epidemiologia e etiologia da obstrução urinária
Pode acometer qualquer faixa etária, mas é uma condição que ocorre mais comumente em homens com idade superior a 60 anos. A OTU é mais comum entre os homens em comparação com as mulheres, particularmente à medida que os homens envelhecem, devido ao aumento da próstata, a hiperplasia prostática benigna. Na menor parte das vezes é causada por malignidade, como adenocarcinoma prostático ou tumor de bexiga.
Outras etiologias dependem da faixa etária. Por exemplo, as crianças têm OTU mais comumente devido a anormalidades congênitas, incluindo válvulas uretrais ou estenose e estenose na junção ureterovesical ou ureteropélvica.
Am adultos jovens a principal causa é a presença de cálculos renais (litíase urinária). Nesses casos, os pontos normais de estreitamento, como as junções ureteropélvica e ureterovesical, o colo vesical e o meato uretral, são locais comuns de obstrução do trato urinário.
Manifestações clínicas da obstrução urinária
A obstrução urinária é marcada por redução do volume urinário (oligúria) ou ausência completa de volume urinário ou abaixo de 100ml/dia (anúria), principalmente no cenário de obstrução ureteral bilateral ou uretral completa. Mas o principal sintoma que leva os pacientes buscarem ajuda médica é a presença de dor pélvica, devido a distensão da bexiga pelo acúmulo de urina.
A depender da etiologia podem haver sintomas específicos. Nos idosos, os pacientes geralmente experimentam sinais de esforço urinário, gotejamento pós-miccional, diminuição do calibre do jato urinário, frequência urinária e incontinência, sugerindo HPB. Em adultos jovens com litíase urinária, a cólica renal é o principal sintoma.
A presença de IRA depende da presença de obstrução bilateral ou unilateral em um paciente com um único rim, além da presença de doença renal preexistente, que poderá levar a um aumento significativo da creatinina sérica.
Nos exames de imagem, as características radiológicas da OTU principais são a presença de bexigoma e hidronefrose. A avaliação da gravidade da hidronefrose geralmente é subjetiva e não necessariamente se correlaciona com o grau de obstrução, especialmente no quadro agudo.
Diagnóstico de obstrução urinária aguda
O diagnóstico de obstrução urinária é clínica na maioria das vezes, caracterizado pela diminuição do volume urinário e presença de bexigoma. No entanto, alguns exames são importantes para avaliar a gravidade da obstrução. Inicialmente, é importante um painel metabólico básico, com avaliação da função renal e possível complicação infecciosa secundária a estase urinária. O exame de urina deve ser realizado para descartar infecção do trato urinário.
O exame adicional de escolha é a ultrassonografia, para avaliar rapidamente o volume da bexiga e a gravidade da hidronefrose. Além disso, ela possibilita alguns diagnósticos diferenciais, como cálculo do tamanho da próstata e presença de cálculos.
O próximo exame radiográfico a ser considerado pela maioria dos profissionais seria uma TC do abdome e da pelve, especialmente se houver preocupação com patologias intra-abdominais, como tumores.
Se o estudo de imagem inicial não for diagnóstico e a suspeita de OTU permanecer alta, deve-se realizar nefrostomia percutânea, cistoscopia com urografia anterógrada ou pielografia retrógrada para investigação adicional das possíveis etiologias.
Manejo da obstrução urinária aguda na emergência
O tratamento inicial da obstrução urinária aguda envolve a descompressão da bexiga, feita com passagem de sonda vesical de demora ou de alívio. Caso o cateterismo uretral não seja possível, deve ser realizada punção suprapúbica de alívio ou cistostomia.
#Ponto importante: Diante de bexigomas muito volumosos, esvaziar rapidamente uma bexiga muito distendida pode provocar sangramento de sua mucosa (hemorragia ex vacum), por vezes muito intenso e de difícil controle.
Para prevenir essa complicação, a retirada da urina vesical precisa ser interrompida, com o pinçamento do cateter para interromper a diurese durante cerca de um minuto, após cada 100 mL de urina drenada, até completar o esvaziamento da bexiga. Após a análise da causa que provocou a retenção urinária, o cateter pode ser retirado ou mantido por tempo prolongado.
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Referências bibliográficas:
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