As doenças exantemáticas são quadros comuns da prática médica, impondo dificuldade diagnóstica frequentemente e sendo considerada um dos temas mais temidos dentro da prova de residência. A roséola infantil, também conhecida como exantema súbito ou sexta doença, é umas das doenças exantemáticas da infância.
Então, você estrategista, venha conferir agora quais são as principais características dessa doenças da infância, que aparecem nos atendimentos e que são cobradas nas provas de residência médica!
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Dicas do Estratégia para provas
Seu tempo é precioso e sabemos disso. Se for muito escasso neste momento, veja abaixo os principais tópicos referentes à roséola infantil.
- É uma doença exantemática infecciosa causada pelo herpesvírus humano (HHV-6).
- A roséola é uma doença de crianças pequenas, com pico de incidência em bebês entre 6 meses e 15 dias.
- A doença é marcada inicialmente por febre alta súbita que dura de 3 a 5 dias.
- Após 12 ou 24 horas após desaparecimento da febre, surge um exantema róseo do tipo maculopapular, acomete inicialmente o tronco e em seguida a face, região cervical e a raíz dos membros.
- A doença é autolimitada na maioria das vezes, sendo o tratamento realizado de suporte.
Definição da doença
A roséola infantil é uma doença comum da infância causada por uma infecção primária pelo herpesvírus humano 6 (HHV-6), um vírus encontrado na família Herpesviridae, e menos frequentemente pelo herpesvírus humano 7 (HHV-7), os pacientes com o vírus apresentam classicamente um início agudo de febre alta e exantemas.
Epidemiologia da roséola infantil
A roséola é uma doença de crianças pequenas, em bebês entre 6 meses e 15 dias, sendo que mais de 90% ocorrem em crianças menores de dois anos. Sem distinção entre os sexos, tem seu pico de incidência na primavera e no outono. Estima-se que seja a causa de 10% a 45% das doenças febris em lactentes.
A transmissão ocorre principalmente através da saliva através de gotículas respiratórias, sendo que estudos demonstraram que irmãos mais velhos e pais foram os principais responsáveis pela transmissão para bebês. O período de incubação é de 5 a 15 dias.
Manifestações clínicas da roséola infantil
Doença viral de evolução benigna, com pródromo inicial de que pode ser assintomático ou com sintomas leves de infecções das vias aéreas superiores, como coriza e tosse seca. Após o período de pródromo, a doença é marcada por início súbito de febre alta (geralmente maior que 39°C) que dura de 3 a 5 dias. Durante a febre, as crianças podem parecer ativas e bem, mas também podem apresentar extrema irritabilidade, mal-estar, conjuntivite, edema orbitário, inflamação das membranas timpânicas, linfadenopatia, irritabilidade, anorexia, fontanela abaulada, diarreia, tosse e outros sintomas do trato respiratório superior.
Após 12 ou 24 horas após desaparecimento da febre, surge um exantema róseo do tipo maculopapular, com lesões discretas de 2 a 5 mm de diâmetro, não coalescentes, às vezes difíceis de distinguir de outras doenças exantemáticas. Em geral, acomete inicialmente o tronco e em seguida a face, a região cervical e a raíz dos membros, sendo de curta duração entre 24 a 72 horas sem descamação. A erupção cutânea geralmente não é pruriginosa.
As manchas uvulopalatoglossais, também conhecidas como manchas de Nagayama, são pápulas eritematosas encontradas no palato mole e na úvula que são vistas em dois terços dos pacientes com roséola.
#Ponto importante: Por mais que a evolução da roséola infantil senda considerada benigna, a infecção primária por HHV-6 tem sido associada a uma ampla gama de complicações potenciais, incluindo miocardite, rabdomiólise, trombocitopenia, síndrome de Guillain-Barré e hepatite.
Diagnóstico da roséola infantil
O diagnóstico é primordialmente clínico, baseado nos achados de febre alta súbita que evoluem para eritemas após cessação da febre. É improvável que testes laboratoriais sejam necessários para a avaliação da roséola infantil, mas às vezes são feitos durante a fase febril da doença para descartar outros diagnósticos.
Os resultados de exames laboratoriais podem demonstrar neutropenia relativa e linfocitose atípica leve que retorna gradualmente ao normal em um período de sete a dez dias após a doença. Crianças com roséola também podem apresentar trombocitopenia ou piúria estéril.
O diagnóstico diferencial da erupção da roséola inclui vários outros exantemas infecciosos (rubéola, eritema infeccioso, escarlatina, doença damão-pé-boca e erupção cutânea por enterovírus clássica) e alergia a medicamentos.
Tratamento de roséola
A roséola é uma doença autolimitada e que não há tratamento específico. A febre pode ser controlada com antipiréticos, como paracetamol, dipirona ou ibuprofeno, se estiver associada a desconforto.
O exantema, por mais que seja uma condição muitas vezes assustadora para os pais, provavelmente não é pruriginosa, e a utilização de anti histamínicos é desnecessário. A maioria das crianças com roséola recupera-se espontaneamente sem sequelas.
Prevenção
Atualmente não há vacinação ou terapia antiviral para a fase aguda deste vírus. Como a provável fonte de transmissão resulta da disseminação assintomática do vírus nas secreções de contatos próximos, o que é difícil de prevenir, a lavagem adequada e contínua das mãos é muito importante para evitar a propagação da doença.
Veja também:
- Resumo de doenças exantemáticas na infância: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo da escarlatina: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo de convulsão febril: fisiopatologia, classificação, profilaxia
- Resumo técnico de otite média aguda: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo de faringoamigdalite: diagnóstico, tratamento e mais!
Referências bibliográficas:
- Mullins TB, Krishnamurthy K. Roseola Infantum. [Atualizado em 21 de agosto de 2022]. In: StatPearls [Internet]. Ilha do Tesouro (FL): StatPearls Publishing; 2022 Jan-. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK448190/
- Tremblay, Cécile; Brady, Michael T. Roseola infantum (exanthem subitum). Uptodate.
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