Resumo sobre Esternocleidomastoideo: localização, inserção e mais!

Resumo sobre Esternocleidomastoideo: localização, inserção e mais!

E aí, doc! Vamos falar sobre mais um assunto? Agora vamos comentar sobre a Esternocleidomastoideo, um dos músculos responsáveis pelo movimento da cervical.

O Estratégia MED trará mais um conceito importante que irá enriquecer seus conhecimentos e impulsionar seu desenvolvimento profissional. Veja mais abaixo!

Localização do Esternocleidomastoideo

O músculo esternocleidomastóideo (ECM) é um músculo superficial, localizado na região anterolateral do pescoço. Ele se estende longitudinalmente desde a base do crânio até a parte superior do esterno e da clavícula, formando uma estrutura visível e palpável em ambos os lados do pescoço. 

Anatomicamente, o músculo ECM é um ponto de referência crucial para a divisão do pescoço em diferentes regiões. Ele divide cada lado do pescoço em região cervical anterior e região cervical lateral

A região cervical anterior, ou trígono cervical anterior, está situada anteriormente ao ECM e contém estruturas importantes como a traqueia, o esôfago e diversas glândulas, incluindo a tireoide. 

Já a região cervical lateral, ou trígono cervical lateral, está situada posteriormente ao ECM e contém várias estruturas neurovasculares, como a veia jugular externa e o plexo braquial. 

Inserção do Esternocleidomastoideo 

O músculo esternocleidomastóideo (ECM) possui duas inserções superiores e duas inserções inferiores, que se conectam a diferentes estruturas ósseas do crânio e do tórax. 

A inserção superior ou medial do ECM está localizada na face lateral do processo mastoide do osso temporal e na metade lateral da linha nucal superior do osso occipital. Essas inserções superiores garantem que o ECM desempenhe um papel crucial na movimentação e estabilização da cabeça, permitindo tanto a rotação quanto a flexão lateral e a extensão da cabeça.

Na parte inferior, o ECM possui duas cabeças distintas com inserções separadas. A cabeça esternal se insere na face anterior do manúbrio do esterno, enquanto a cabeça clavicular se fixa na face superior do terço médio da clavícula. Entre essas duas cabeças, existe um espaço visível na superfície do pescoço como uma pequena depressão triangular, conhecida como fossa supraclavicular menor

Essa configuração permite que o músculo tenha uma base ampla e sólida, essencial para sua função de elevar o esterno e a clavícula durante a inspiração forçada e de estabilizar a posição do pescoço.

Além disso, a lâmina superficial da fáscia cervical, que envolve o músculo ECM, forma uma bainha protetora ao seu redor. Essa bainha fascial facilita o deslizamento do músculo durante seus movimentos e protege as estruturas adjacentes. 

Esternocleidomastoideo
FONTE: Moore, Anatomia Orientada para a Clínica – 2018

Inervação do Esternocleidomastoideo

A inervação do músculo esternocleidomastóideo (ECM) é fornecida principalmente pelo nervo acessório, que é o XI par craniano. Este nervo é responsável por fornecer a inervação motora, permitindo que o ECM execute suas funções de movimentação da cabeça e do pescoço. O nervo acessório origina-se do tronco encefálico e da medula espinhal cervical, e entra no músculo ECM através de seu trajeto para inervar as fibras musculares.

Esse músculo também recebe ramos diretos do plexo cervical, dos segmentos espinhais C1 e C2. Esses ramos contribuem para a inervação motora adicional do músculo, complementando a função do nervo acessório. 

Ramos sensitivos do plexo cervical se fundem dorsalmente ao músculo no ponto de Erb, também conhecido como punctum nervosum. Este ponto é uma área anatômica onde vários nervos sensoriais convergem e pode ser utilizada como um local de punção para anestesia local. 

A utilização do ponto de Erb é particularmente importante em procedimentos médicos que necessitam de anestesia regional, permitindo o bloqueio eficaz da sensibilidade na região cervical.

Principais funções do Esternocleidomastoideo 

O músculo esternocleidomastoideo  desempenha várias ações na movimentação da cabeça e do pescoço, além de desempenhar um papel na respiração profunda. Essas ações variam dependendo se o músculo está se contraindo unilateralmente ou bilateralmente.

Contração unilateral: Quando o ECM se contrai unilateralmente, ele inclina a cabeça para o mesmo lado do músculo que está se contraindo, causando uma flexão lateral do pescoço. Simultaneamente, o músculo gira a cabeça de modo que a face se volte para cima e em direção ao lado oposto. Por exemplo, a contração do ECM direito inclina a cabeça para a direita e gira o rosto para a esquerda, com o queixo apontando para cima.

Contração bilateral: A contração bilateral do ECM tem várias consequências, dependendo do tipo de movimento e da posição da cabeça e do pescoço:

  • Extensão do pescoço nas articulações atlanto-occipitais: Isso ocorre quando ambos os músculos ECM se contraem simultaneamente, estendendo o pescoço e movendo a cabeça para trás.
  • Flexão das vértebras cervicais: Essa ação aproxima o mento (queixo) do manúbrio esternal, flexionando as vértebras cervicais e dobrando o pescoço para a frente.
  • Extensão das vértebras cervicais superiores e flexão das inferiores: Nesse movimento combinado, o ECM estende as vértebras cervicais superiores enquanto flexiona as inferiores, levando o mento para a frente enquanto a cabeça permanece no mesmo nível.

Importância na clínica

Uma das condições mais comuns envolvendo o ECM é o torcicolo congênito, que é frequentemente causado por um tumor fibroso que se desenvolve no músculo antes ou logo após o nascimento. Este tumor pode resultar em encurtamento do ECM, levando a uma postura anormal da cabeça, onde a cabeça se inclina para o lado afetado e a face gira para o lado oposto. 

Esse encurtamento pode ser agravado por lesões durante o parto, como a tração excessiva da cabeça do feto, causando a ruptura das fibras musculares e a formação de um hematoma, que pode se transformar em uma massa fibrótica. 

Esta massa pode aprisionar um ramo do nervo acessório (NC XI), resultando em desnervação parcial do músculo e levando a rigidez e torção do pescoço. O tratamento pode incluir a liberação cirúrgica do ECM para permitir a movimentação normal da cabeça e do pescoço.

Outra condição importante é o torcicolo espasmódico, também conhecido como distonia cervical, que geralmente surge na vida adulta. Esta condição envolve uma tonicidade anormal e espasmos dos músculos do pescoço, particularmente o ECM e o trapézio. 

Os sintomas incluem rotação, inclinação, flexão ou extensão contínuas e involuntárias do pescoço, além do desvio lateral ou anterior da cabeça. Estes movimentos podem ser debilitantes e afetam significativamente a qualidade de vida dos pacientes. O tratamento pode envolver o uso de medicamentos, fisioterapia, ou injeções de toxina botulínica para aliviar os espasmos musculares.

O músculo pode estar envolvido também em lesões traumáticas e problemas posturais, sendo um ponto-chave na avaliação e tratamento de dores cervicais. Lesões esportivas, acidentes automobilísticos (como o “whiplash”) e má postura prolongada podem causar tensão e dor no ECM, necessitando de intervenções como terapia manual, exercícios de alongamento e fortalecimento, e mudanças ergonômicas.

Veja também!

Referências

MOORE, Keith L.; DALLEY, Arthur F.; AGUR, Anne M. R.. Anatomia orientada para a clínica. 8 Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019.

DRAKE, Richard L.; VOGL, A. Wayne; MITCHELL, Adam W. M. Gray’s anatomia clínica para estudantes. 3. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015.

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