Terceira dose da vacina contra a Covid-19: público-alvo, quais são as vacinas utilizadas e muito mais!

Terceira dose da vacina contra a Covid-19: público-alvo, quais são as vacinas utilizadas e muito mais!

A aplicação da terceira dose da vacina contra a Covid-19 começou no Brasil em setembro de 2021. Em São Paulo, especificamente, a aplicação começou no dia 6 de setembro de 2021. Para conferir todos os detalhes sobre o assunto, acompanhe o texto!

Quem irá receber a terceira dose da vacina da Covid-19?

Segundo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, até o dia 10 de setembro todos os estados brasileiros receberão as doses para vacinar pessoas com 18 anos ou mais. Por isso, a terceira dose da vacina não atrapalhará a aplicação da segunda dose para os adultos

O plano do Ministério da Saúde sobre a dose de reforço começa no dia 15 de setembro – quando as doses serão distribuídas – e engloba idosos a partir dos 70 anos que se vacinaram há 6 meses e pessoas imunossuprimidas, que tomaram duas doses ou dose única há mais de 28 dias. 

Já a cidade de São Paulo começou a vacinação antes, no dia 6 de setembro, abrangendo pessoas acima dos 60 anos, independentemente do imunizante aplicado anteriormente, o que difere do plano de vacinação elaborado pelo governo federal. A convocação para a vacina seguirá a ordem da idade, dos mais velhos para os mais novos.

Saiu, no dia 1º de setembro de 2021, o calendário da vacinação da terceira dose da Covid-19 em São Paulo. Confira!

DataIdade
06/09 a 12/0990 anos para cima
13/09 a 19/09De 85 a 89 anos
20/09 a 26/09De 80 a 84 anos e pessoas imunossuprimidas com mais de 18 anos
27/09 a 03/10De 70 a 79 anos
04/10 a 10/10De 60 a 69 anos

Além de São Paulo, outros estados que já têm data prevista para a aplicação da terceira dose ou que já começaram com o plano de vacinação são: Rio de Janeiro, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Piauí, Maranhão, Roraima e Santa Catarina.

Diversos países também estão aplicando a terceira dose da vacina contra a Covid-19. Israel, por exemplo, está realizando a aplicação em pessoas que receberam Pfizer e Moderna anteriormente. No Chile e Uruguai a aplicação também está sendo feita em quem recebeu a Pfizer e Moderna. Já em países como Estados Unidos, Canadá, Espanha, Alemanha, Rússia e França a aplicação da dose de reforço também já começou.

O que são pessoas imunossuprimidas?

Pessoas imunossuprimidas são aquelas que possuem baixa imunidade e necessitam de um complemento para obter a mesma resposta imunológica esperada dos outros públicos. Segundo o Plano Nacional de Operacionalização (PNO) da vacinação contra a Covid-19, podem ser exemplo de imunossuprimidos pessoas:

  • Transplantadas;
  • Portadoras de HIV;
  • Com câncer e que realizaram quimioterapia ou imunoterapia nos últimos 6 meses;
  • Com neoplasias hematológicas;
  • Com doenças inflamatórias imunomediadas; e
  • Outras imunodeficiências.

A terceira dose da vacina é eficaz?

O reforço de uma terceira dose da vacina contra a Covid-19 funciona como uma manutenção, como o imunizante contra Influenza, que aplica, todos os anos, um reforço para o desenvolvimento de anticorpos contra as cepas novas e antigas do vírus.

Não existem estudos que comprovem uma eficácia maior com a terceira dose da vacina. Porém, existem algumas evidências, como um estudo realizado pelo laboratório Sinovac, que diz que a aplicação da dose de reforço após seis a oito meses pode aumentar em até sete vezes a taxa de anticorpos neutralizantes, responsáveis por bloquear a entrada do vírus nas células.

Embora todas as vacinas sejam eficazes, alguns estudos sugerem que a partir dos seis meses da vacinação, a proteção é reduzida, principalmente nos idosos. Segundo a Veja São Paulo, houve um aumento de casos e mortes de idosos já vacinados contra a Covid-19, além de serem a maioria dos internados em UTIs.

O estudo britânico chamado ZOE Covid apontou que a eficácia após um mês da segunda dose da Pfizer é de 88% e, a partir de cinco meses cai para 74%. Já para a AstraZeneca, a eficácia vai de 77% para 67%.

Em contrapartida, pesquisadores da Faculdade de Medicina Perelman acompanharam 61 pessoas no período de seis meses e perceberam que os imunizantes de mRNA, como a Pfizer e Moderna, seguiram eficazes contra casos graves de Covid-19. A equipe percebeu que os anticorpos diminuíram, porém, houve uma memória imunológica durável contra a Sars-CoV-2 na forma do aumento de células B e T.

De qualquer forma, a medida sobre a terceira dose da vacina tem como foco elevar a proteção das pessoas contra o vírus da Covid-19 e evitar o avanço das diversas variantes que preocupam a todos, como a Delta.

Quais serão as vacinas da terceira dose?

No dia 26 de agosto de 2021, o Ministério da Saúde publicou uma nota que excluiu a CoronaVac, do Instituto Butantan, como uma das doses de reforço contra a Covid-19. O comunicado afirmou que ela pode produzir uma resposta imunológica maior ao ser combinada com uma vacina de outra tecnologia.

A maioria dos idosos tomou a vacina do Instituto Butantan como primeira dose, por isso, a aplicação heteróloga – com imunizantes diferentes – na terceira dose envolverá quase todos eles. Ou seja, a maioria das pessoas mais velhas irão, segundo o Ministério da Saúde, receber a Pfizer, que utiliza RNA mensageiro ou a Janssen e AstraZeneca, com a tecnologia de vetor viral. Já o governo de São Paulo disse que usará o imunizante que estiver disponível.

Há uma preferência pela vacina da Pfizer, porque o Ministério da Saúde afirmou que foi dela o maior número de estudos de bom funcionamento quando cruzado com outros fabricantes, além disso ela será a mais recebida pelo governo federal. Das quase 360 milhões de doses que chegarão no Brasil entre agosto e dezembro, mais de 170 milhões serão da Pfizer.

Pode-se misturar as vacinas na terceira dose?

Um estudo da revista The Lancet e outro da Nature Communications apontaram que a combinação de vacinas diferentes é segura, porém, eles analisaram apenas entre a primeira e segunda dose, ainda não se sabe sobre a terceira. Em julho desse ano, foi autorizado o uso de vacinas diferentes para algumas exceções, como as grávidas que tomaram a AstraZeneca,e podem tomar a Pfizer na segunda aplicação. A prefeitura do Rio de Janeiro permitiu que qualquer pessoa que tomou a primeira dose da AstraZeneca tome a segunda da Pfizer, com a dose de reforço não será diferente, sempre será feita de forma heteróloga, segundo a Secretaria Municipal de Saúde.

Contudo, segundo o presidente Dimas Covas, do Instituto Butantan, um estudo realizado na China apontou que houve aumento significativo de anticorpos nas pessoas que receberam a terceira dose da CoronaVac. O Ministério da Saúde está avaliando a duração da proteção desse imunizante e a possibilidade de utilizá-lo na dose de reforço. Os resultados devem sair em novembro e o ministro Marcelo Queiroga declarou que se a ciência atestar, ela poderá ser aplicada junto às outras vacinas.

Segundo o Ministério da Saúde israelense, a terceira dose da Pfizer aumentou significativamente a proteção de pessoas idosas contra infecções e casos graves da Covid-19. Neles, houve uma queda para um terço na taxa de casos da doença.

Segundo o G1, no Brasil, existem pelo menos quatro estudos em andamento para a avaliação das doses de reforço e as possibilidades abaixo:

  • Duas doses de Pfizer, seguidas de outra dose de Pfizer;
  • Duas doses de AstraZeneca, seguidas de outra dose de uma nova versão da AstraZeneca;
  • Duas doses de AstraZeneca, seguidas de outra dose da mesma versão da AstraZeneca; e
  • Duas doses de CoronaVac, seguidas da Pfizer, AstraZeneca, Janssen e CoronaVac.

Porém, não há estudos que avaliem uma dose de reforço com a CoronaVac para pessoas imunizadas com a Pfizer e AstraZeneca, por exemplo.

Deve-se lembrar que as vacinas contra a Covid-19 foram desenvolvidas para a proteção especialmente contra a hospitalização e a morte das pessoas, porém, não tem o poder de prevenir totalmente o contágio.

Apesar da vacinação envolvendo a terceira dose já ter começado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) vem afirmando que faltam evidências científicas sobre a segurança e evidência dessa dose, além de dizer que elas deveriam ser distribuídas para os países mais pobres, ao invés de ser utilizada como dose de reforço em outros países.

Se você se interessou pelo assunto e quer saber muito mais sobre a Covid-19 e outros temas da medicina, não deixe de acompanhar o blog do Estratégia MED para conferir todas as novidades!

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