Olá, querido doutor e doutora! Este texto aborda o audiograma, exame essencial para a avaliação da audição, detalhando sua importância para o diagnóstico e acompanhamento de perdas auditivas. Por meio da análise dos limiares auditivos em diferentes frequências e intensidades, o audiograma permite identificar o tipo e o grau de perda auditiva, seja ela condutiva, sensorioneural ou mista. Além disso, explora-se o funcionamento do exame, a interpretação dos resultados e os principais padrões observáveis.
O audiograma é uma ferramenta indispensável na prática clínica para identificar, classificar e acompanhar a saúde auditiva de cada paciente, proporcionando uma visão precisa sobre o tipo e a extensão da perda auditiva.
Navegue pelo conteúdo
Conceito de Audiograma
O audiograma é um exame utilizado para avaliar a audição de forma detalhada, geralmente realizado em ambientes controlados para minimizar interferências de ruídos externos. Esse teste é essencial para identificar o grau e o tipo de perda auditiva, permitindo visualizar graficamente como o som é processado no sistema auditivo. No audiograma, são testadas diferentes frequências (em hertz) e intensidades sonoras (em decibéis), apresentadas aos pacientes por meio de condução aérea e óssea.
Ao traçar os limiares auditivos de cada orelha, o exame possibilita diferenciar os tipos de perda auditiva, como condutiva, sensorioneural ou mista. Essa distinção é importante para o diagnóstico preciso e, consequentemente, para o manejo adequado do paciente, indicando se a perda é decorrente de alterações no ouvido externo, médio, ou interno, ou ainda de ambos.
Indicações do Audiograma
O audiograma é indicado para qualquer paciente que apresente queixas auditivas, como dificuldade para ouvir, zumbido, ou sensação de plenitude auricular. Esse exame é especialmente recomendado em casos de exposição a ruídos intensos, histórico de traumas acústicos, e para monitoramento de possíveis efeitos ototóxicos de medicamentos.
Além disso, é comum o uso do audiograma em crianças para avaliação de atrasos no desenvolvimento da fala e da linguagem, uma vez que até perdas auditivas sutis podem impactar essas habilidades. Pacientes com tonturas recorrentes ou histórico familiar de perda auditiva também são candidatos para esse exame, assim como profissionais trabalhando em ambientes com altos níveis de ruído, como músicos e trabalhadores da construção civil.
Realização do Audiograma
O audiograma é realizado em uma cabine silenciosa, onde o paciente é exposto a uma série de sons em diferentes frequências e intensidades. O exame envolve duas modalidades principais de condução sonora: a condução aérea e a condução óssea.
- Condução aérea: sons são transmitidos por fones de ouvido, avaliando o trajeto do som desde o ouvido externo até o interno. O paciente sinaliza quando consegue ouvir o som, permitindo ao examinador identificar os menores níveis de intensidade que ele consegue perceber.
- Condução óssea: utiliza um vibrador ósseo posicionado na mastoide (osso atrás da orelha), enviando vibrações diretamente ao ouvido interno, bypassando o ouvido externo e médio. Isso ajuda a diferenciar a perda auditiva condutiva (relacionada ao ouvido externo ou médio) da perda sensorioneural (problema no ouvido interno ou nervo auditivo).
Durante o teste, são utilizadas técnicas de mascaramento em alguns casos, onde se introduz um ruído no ouvido não testado para evitar que ele perceba o som direcionado ao ouvido testado. Isso é particularmente importante quando há uma diferença significativa de audição entre os ouvidos, garantindo a precisão dos resultados em cada orelha.
Os dados coletados são registrados em um gráfico, onde o eixo horizontal representa as frequências sonoras e o eixo vertical indica os limiares auditivos em decibéis.
Símbolos do Audiograma
No audiograma, diferentes símbolos são usados para representar os limiares de audição em cada orelha, diferenciando entre a condução aérea e a condução óssea, bem como indicando o uso de mascaramento. Esses símbolos ajudam a interpretar qual o tipo de condução foi testado e se há diferenças entre os ouvidos.
Condução Aérea
- O: orelha direita sem mascaramento;
- △: orelha direita com mascaramento;
- X: orelha esquerda sem mascaramento; e
- ▢: orelha esquerda com mascaramento.
Condução Óssea
- < orelha direita sem mascaramento;
- [ orelha direita com mascaramento;
- > orelha esquerda sem mascaramento; e
- ] orelha esquerda com mascaramento.
Mascaramento
A técnica de mascaramento é usada para garantir que o ouvido testado seja o único a ouvir o som apresentado, evitando que o outro ouvido “escute” o som por transmissão óssea ou através do crânio. Isso é indicado principalmente quando há uma diferença significativa na audição entre os ouvidos.
Interpretação do Audiograma
A interpretação do audiograma envolve a análise dos limiares auditivos para determinar o grau e o tipo de perda auditiva. No gráfico, as frequências sonoras são representadas no eixo horizontal (em hertz), variando de graves a agudas, enquanto o eixo vertical indica a intensidade sonora (em decibéis), de sons muito baixos a muito altos. As linhas de condução aérea e condução óssea são plotadas para cada orelha, usando símbolos específicos para diferenciar os resultados de cada ouvido.
Tipos de Perda Auditiva
- Perda auditiva condutiva: caracterizada pela presença de um “gap” (espaço) entre os limiares de condução aérea e óssea. Esse tipo de perda indica problemas no ouvido externo ou médio, como bloqueios ou infecções. A condução óssea está nos limites normais, enquanto a condução aérea apresenta uma elevação dos limiares auditivos.
- Perda auditiva sensorioneural: observada quando os limiares de condução aérea e óssea estão elevados e sobrepostos, sem diferença significativa entre eles. Isso sugere danos no ouvido interno ou no nervo auditivo e pode ser causado por fatores como envelhecimento, exposição a ruídos altos ou doenças do ouvido interno.
- Perda auditiva mista: combina características das perdas condutiva e sensorioneural, apresentando uma elevação nos limiares de condução aérea e óssea, com uma diferença entre eles. Isso indica a presença de problemas tanto no ouvido externo/médio quanto no interno.
Grau de Perda Auditiva
- Audição normal: limiar auditivo entre 0 e 20 dB;
- Perda auditiva leve: limiar auditivo entre 20 e 40 dB;
- Perda auditiva moderada: limiar auditivo entre 41 e 70 dB;
- Perda auditiva severa: limiar auditivo entre 71 e 95 dB; e
- Perda auditiva profunda: limiar auditivo acima de 95 dB.
Padrões Comuns
- Presbiacusia: apresenta uma queda gradual nas frequências mais altas e é comum em pessoas idosas.
- Perda auditiva induzida por ruído: caracterizada por uma “notch” (queda acentuada) em torno de 4000 Hz, geralmente associada à exposição prolongada a ruídos altos.
- Doença de Ménière: geralmente se manifesta como perda auditiva sensorioneural em baixas frequências.
Venha fazer parte da maior plataforma de Medicina do Brasil! O Estrategia MED possui os materiais mais atualizados e cursos ministrados por especialistas na área. Não perca a oportunidade de elevar seus estudos, inscreva-se agora e comece a construir um caminho de excelência na medicina!
Veja Também
- Resumo de Cerúmen: produção, tratamento e mais!
- Resumo sobre Epstein-Barr: manifestações clínicas, complicações e mais!
- Resumo de Mastoidite: conceito, quadro clínico e mais!
- Resumo de otite média aguda: diagnóstico, tratamento e mais!
- Resumo de pneumonia: manifestações clínicas, diagnóstico, tratamento e mais
- Resumo de desenvolvimento ortopédico infantil
- Flashcards de Apendicite Aguda
- Flashcards de Cefalosporinas
Referências Bibliográficas
- SALMON, Mandy K.; BRANT, Jason; HOHMAN, Marc H.; LEIBOWITZ, Danielle. Audiogram Interpretation. StatPearls [Internet]. Treasure Island (FL): StatPearls Publishing; 2024. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK578179/. Acesso em: 8 nov. 2024.