Atualizações médicas de 2024: confira as principais mudanças deste ano 
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Atualizações médicas de 2024: confira as principais mudanças deste ano 

Você já sabe o que mudou em 2024? Com o Estratégia MED você não perde nenhuma atualização na Medicina  

Em meio aos estudos, fica difícil acompanhar cada mudança de protocolo, esquema de vacinação ou notificação de doenças publicada pelo Ministério da Saúde ou pelas entidades médicas. Para te ajudar a se manter atualizado com as principais mudanças, seja para estar preparado para o que pode ser cobrado nas provas ou para aprimorar a sua prática, o Estratégia MED sintetizou neste texto as principais atualizações da Medicina de 2024. Confira!

Novo protocolo de HIV do Ministério da Saúde

O novo protocolo de HIV do Ministério da Saúde trouxe importantes atualizações que impactam diretamente a prática clínica para pacientes vivendo com HIV. A primeira atualização do novo protocolo trata a respeito do rastreio de lLTB de infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis em pacientes vivendo com HIV. Veja a evolução:

COMO ERACOMO FICOU 
CD4350 cél/mm³ solicitar PPDCD4350 cél/mm³ solicitar PPD ou IGRA

Outra adição ao protocolo é um novo teste para diagnóstico de tuberculose em PVHIV: o teste de fluxo lateral para detectar o antígeno lipoarabinomanano (LF-LAM) do Mycobacterium tuberculosis em amostras de urina. Este teste rápido, introduzido em 2021, complementa os métodos tradicionais e facilita o diagnóstico inicial da tuberculose em pacientes sintomáticos e assintomáticos com risco aumentado. 

Além disso, houve simplificação no manejo de pacientes coinfectados com HIV e tuberculose. Agora, recomenda-se iniciar o tratamento antirretroviral (TARV) em até sete dias após o início do tratamento para tuberculose, independentemente da contagem de CD4, com ajustes na dosagem para adaptar-se ao uso concomitante de rifampicina.

Para os pacientes com HIV e contagem de CD4 abaixo de 200, foi incorporado o rastreamento para criptococose, utilizando o teste LF para detecção precoce do antígeno criptocócico no soro. Esse teste é essencial para prevenir a meningite por criptococo, complicação grave e com alta mortalidade.

Além das mudanças nos protocolos de rastreamento e manejo de comorbidades, o tratamento inicial de HIV também foi revisto. A terapia antirretroviral de primeira linha agora inclui o darunavir com ritonavir como uma alternativa eficaz ao efavirenz, especialmente para pacientes intolerantes ou com contraindicações ao uso de dolutegravir. Ainda, uma abordagem inovadora foi introduzida com a possibilidade de simplificação da TARV para terapia dupla em pacientes selecionados, o que pode reduzir os efeitos adversos e melhorar a adesão ao tratamento.

Confira mais detalhes do novo protocolo de HIV do Ministério da Saúde no vídeo abaixo, com a aula ministrada pela professora Clarissa Cerqueira:

Lista Nacional de Notificação Compulsória (HTLV)

Recentemente, a Lista Nacional de Notificação Compulsória foi atualizada pela Portaria 3.148, publicada em 15 de fevereiro de 2024. A principal novidade é a inclusão da infecção pelo vírus HTLV, que agora deve ser notificada obrigatoriamente em âmbito nacional.

A notificação do HTLV foi dividida em duas categorias:

  1. Casos novos na população geral.
  2. Casos em gestantes, parturientes, puérperas e crianças expostas ao risco de transmissão vertical. Esta medida visa melhorar a vigilância e controle da transmissão vertical do HTLV, semelhante ao que já ocorre com o HIV.

A atualização faz parte do Programa Brasil Saudável, que visa eliminar a transmissão vertical de várias infecções, incluindo HTLV, HIV, doença de Chagas, hepatite B e sífilis.

Lembre-se, a notificação é semanal e essa mudança é fundamental para melhorar a vigilância epidemiológica e o controle da infecção.

Novo protocolo de Dengue do Ministério da Saúde 

O novo manual do Ministério da Saúde de 2024 trouxe algumas atualizações no manejo da dengue. As mudanças não revolucionam o tratamento, mas trazem esclarecimentos importantes, especialmente sobre novos anticoagulantes orais.

  1. Grupos de risco

O Grupo B dos grupos de risco da dengue – pacientes com fatores de risco ou comorbidades, requerem observação diária e hidratação oral inicial – agora inclui pacientes com asma e obesidade.

  1. Hidratação via parenteral no Grupo C

Novos protocolos específicos para hidratação via parenteral no Grupo C. Agora, serão 20mL/kg em 2h, sendo 10mL/kg na 1ª hora, realizar hematócrito e, após isso, manter mais 10mL/kg na 2ª hora. Vale ressaltar que, agora, toda hidratação na dengue será com solução isotônica ou salina 0,9%. 

  1. Critérios de alta

Além dos critérios do último manual, agora ter plaquetas em elevação, independente da quantidade, pode ser considerado um critério para alta. Ainda, a ausência de febre por 48 horas passou para a ausência de febre em 24 horas como necessária para alta do paciente. 

  1. Hidratação intravenosa em cardiopatas

Novos critérios de monitoramento para pacientes com insuficiência cardíaca, incluindo valores específicos de pressão arterial e perfusão periférica.

Ainda, confira como ficou a hidratação em caso de choque da dengue em pacientes com insuficiência cardíaca:

CLASSE I – assintomáticohidratação padrão
CLASSE II – leve15mL/kg em 30min
CLASSE III – moderada10mL/kg em 30min
  1. Anticoagulantes e antiagregantes

Houve a inclusão de inibidores de trombina e antifator Xa como novos anticoagulantes orais. O manual também traz orientações específicas para manutenção ou suspensão temporária dos anticoagulantes, considerando o risco de sangramento versus trombose.

  1. Dengue na gestação 

Além disso, o novo protocolo do Ministério da Saúde de 2024 para dengue também traz orientações para gestantes. O documento destaca que gestantes e puérperas até 14 dias pós-parto são consideradas de alto risco para desenvolver formas graves de dengue, devido ao aumento significativo de casos entre 2023 e 2024. 

O protocolo recomenda uma conduta diferenciada, incluindo a notificação compulsória da doença, e identifica complicações maternas (como choque, hemorragias e óbito) e fetais (como abortamento, prematuridade e morte fetal). O protocolo também orienta sobre a conduta obstétrica, preferindo parto vaginal e monitorando o recém-nascido para possíveis complicações. Saiba mais sobre dengue na gestação com o vídeo abaixo:

Vacinação contra o Coronavírus na Pediatria

O Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde divulgou a atualização do calendário vacinal para 2024, destacando as vacinas contra a COVID-19 para crianças. A inclusão das vacinas no calendário vacinal visa manter o controle da doença, visto que esta ainda representa um risco significativo, especialmente para crianças menores de um ano e idosos. 

Vacinação Pediátrica

  • Pfizer Baby: Para crianças de 6 meses a 4 anos, com três doses (0,2 mL) administradas aos 6, 7 e 9 meses.
  • Coronavac: Para crianças de 3 a 4 anos em situações especiais, como contraindicações à Pfizer Baby. São duas doses com intervalo de 4 semanas. 

O esquema primário não será mais disponibilizado de rotina para indivíduos acima de 5 anos, exceto para grupos de risco. Entretanto, os não vacinados ou com vacinação incompleta podem optar iniciar ou completar o esquema primário de vacinação. 

Escore de Sepse de Phoenix na Pediatria

Em janeiro de 2024, foram introduzidos novos critérios para o diagnóstico da sepse infantil, conhecidos como critérios de Phoenix. Enquanto o tratamento continua a seguir as recomendações da Surviving Sepsis Campaign, o diagnóstico da sepse passou a exigir uma abordagem mais precisa, com uma metodologia mais eficaz para identificar e caracterizar a gravidade da sepse em crianças.

Os critérios de Phoenix foram desenvolvidos com base em uma vasta análise de dados, incluindo mais de 3 milhões de consultas hospitalares em pacientes menores de 18 anos. Eles elegeram quatro principais disfunções orgânicas para serem avaliadas: cardiovascular, respiratória, neurológica e de coagulação, utilizando critérios simplificados e acessíveis, mesmo em ambientes com recursos limitados.

Os critérios de Phoenix devem ser utilizados após uma triagem inicial que indique suspeita de sepse. A avaliação inicial deve considerar aparência, esforço respiratório e circulação, seguindo o Triângulo da Avaliação Pediátrica (TAP).

Vacinação contra o HPV 

A partir de abril, a vacinação contra o HPV no Brasil será administrada em uma única dose para crianças e adolescentes de 9 a 14 anos. Anteriormente, o país adotava um esquema de duas doses para combater a infecção, que é a principal causa do câncer de colo de útero.

Saiba mais: Ministério da Saúde adota vacina contra HPV em dose única

Publicada em 3 de julho de 2024, a nova nota técnica do Ministério da Saúde ampliou o público-alvo da vacina para o Papilomavirus humano (HPV), que agora passará a contar também com pessoas usuárias de PrEP (profilaxia pré-exposição) contra o HIV de 15 a 45 anos. O esquema vacinal contará com três doses. 

Saiba mais: Vacina contra HPV terá público-alvo ampliado

Nova vacina para Gestantes

Recentemente, a Anvisa aprovou a vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR) para gestantes. O VSR é uma das principais causas de bronquiolite grave em bebês até seis meses, resultando em frequentes internações. A nova vacina, desenvolvida pela Pfizer, pode reduzir em 80% o risco de infecção grave pelo VSR em recém-nascidos.

Indicada para gestantes a partir do segundo trimestre, a vacina está disponível na rede privada e utiliza o antígeno da proteína do vírus e não um vírus vivo atenuado.

Novo financiamentos da APS

A recente atualização no financiamento da Atenção Primária à Saúde (APS), publicada pelo Ministério da Saúde por meio da Portaria nº 3.493, de 10 de abril de 2024, modifica o modo como estes recursos serão distribuídos aos municípios brasileiros. A inovação vem com o objetivo de adaptar o financiamento à realidade e vulnerabilidade de cada localidade, buscando assim uma distribuição mais equitativa que pode melhorar significativamente as estratégias de medicina preventiva nas comunidades.

Este novo modelo de cofinanciamento federal não só altera a forma como os recursos são calculados e repassados, mas também sublinha a indispensabilidade da saúde primária na promoção da saúde e na prevenção de doenças. 

Saiba mais: Atualização no financiamento da APS e seus impactos na Medicina Preventiva

Profilaxia Pós-Exposição HIV

O Ministério da Saúde trouxe algumas atualizações sobre a profilaxia pós-exposição (PEP) para o HIV. A base da PEP permanece a mesma, com a medicação preferencial inalterada, mas alguns detalhes foram atualizados.

1. Esquema alternativo de medicamentos

  • Se o paciente não puder usar tenofovir, a alternativa é zidovudina com lamivudina, administrada duas vezes ao dia.
  • Caso o paciente não tolere dolutegravir, a alternativa é darunavir 800 mg + ritonavir 100 mg, uma vez ao dia.

2. PEP para gestantes

  • Dolutegravir agora pode ser usado em qualquer idade gestacional, tanto para tratamento antirretroviral quanto para profilaxia pós-exposição.

3. PEP para crianças

  • Dolutegravir, na formulação de 5 mg, pode ser prescrito para crianças a partir de 4 semanas de vida, desde que pesem pelo menos 3 kg.
Confira a aula com o vídeo completo: Atualização: Profilaxia Pós-Exposição HIV - Infectologia

Critérios diagnósticos Diabetes Mellitus

Recentemente, a Federação Internacional de Diabetes (IDF) recomendou mudanças no TOTG para diagnóstico da Diabetes Mellitus. Atualmente, tanto as diretrizes americanas (ADA) quanto as brasileiras (SBD) utilizam três exames principais para diagnóstico: glicemia de jejum, hemoglobina glicada e teste oral de tolerância à glicose (TOTG). Os valores de referência do TOTG são: 

TOTG: 

  – Normal: < 140 mg/dL após 2 horas

  – Pré-diabetes: 140-199 mg/dL

  – Diabetes: ≥ 200 mg/dL

Para glicemia aleatória, um valor ≥ 200 mg/dL em pacientes com sintomas típicos de diabetes (poliúria, polidipsia, perda de peso) pode diagnosticar a condição. 

A IDF recomendou então mudanças no TOTG, sugerindo aferir a glicemia após 1 hora em vez de 2 horas. Essa nova abordagem mostrou-se mais sensível e específica, detectando mais casos de diabetes e prevenindo complicações. Os novos critérios são:

Glicemia 1 hora após TOTG: 

  – Hiperglicemia intermediária (pré-diabetes): ≥ 155 mg/dL

  – Diabetes: ≥ 209 mg/dL

A SBD já manifestou apoio a essa mudança, embora as diretrizes ainda não tenham sido atualizadas. É importante estar atento, pois essa nova recomendação pode ser cobrada em futuras provas.

Nova Diretriz Brasileira de Medida de Pressão Arterial

Publicadas em 2024, as novas diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) para medição da pressão arterial não substituem a Diretriz Brasileira de Hipertensão, mas visam aprimorar as técnicas de medição da pressão arterial tanto no consultório quanto fora dele, substituindo as orientações anteriores sobre MAPA e MRPA.

Técnica Oscilométrica

A diretriz recomenda o uso de aparelhos automáticos que utilizam a técnica oscilométrica, preferencialmente de braço, certificados pelo INMETRO. Vantagens incluem maior precisão, menos desconforto para o paciente e eliminação de erros comuns na técnica auscultatória.

Ainda, a medição desacompanhada no consultório é incentivada para evitar a hipertensão do avental branco, podendo ser feita com o paciente sozinho e em ambiente calmo.

Aferições especiais

  • Aferição no punho: usada apenas em casos específicos, como pacientes obesos, mas não é recomendada para diagnóstico.
  • Dispositivos vestíveis (wearables): utilizados apenas para triagem, não para diagnóstico.
  • Medições em farmácias e espaços públicos: úteis apenas para triagem, não para diagnóstico.

Técnicas AMPA e MRPA

  • AMPA (automedida da pressão arterial): Deve ser incentivada para triagem e envolvimento do paciente, mas não para diagnóstico.
  • MRPA: Técnica apurada necessária para diagnóstico e seguimento, com medição ao longo de 4 a 6 dias.

Diagnóstico de Hipertensão

  • Diagnóstico no consultório é feito apenas em casos de hipertensão estágio 3 (≥180/110 mmHg) ou quando há lesão de órgão alvo.
  • Para hipertensão no estágio 1 e 2, e pré-hipertensão, é necessário confirmar com MAPA ou MRPA.

Reabilitação e exercício

A diretriz define que a atividade física não deve ser iniciada se a pressão for >160/105 mmHg, e deve ser interrompida se ultrapassar 180/105 mmHg durante o exercício.

GINA 2024 – O que há de novo sobre asma?

Em 7 de maio, a Global Initiative for Asthma (GINA) tornou pública a atualização do documento com sua estratégia global para gestão e prevenção da asma, o GINA 2024. Em sua atual versão, lançada no Dia Mundial da Asma, uma série de atualizações significativas impactam diretamente no diagnóstico e tratamento da doença. 

Entre as mudanças, estão informações sobre a Prova Broncodilatadora Positiva, diagnóstico, determinação do controle da asma, tratamento e mais.  

Confira o resumo completo em GINA 2024: o que há de novo sobre asma? e assista também à aula do Prof. Juan Demolinari abaixo!

Climatério e Terapia Hormonal – SOBRAC 2024 

Após quase seis anos sem atualizações nas diretrizes relacionadas ao climatério e à terapia hormonal, a Sociedade Brasileira de Climatério (SOBRAC) tornou público seu novo consenso, o SOBRAC 2024 — elaborado em conjunto com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO).

Um dos principais tópicos atualizados foram as contraindicações ao uso da Terapia Hormonal. Confira abaixo:

SOBRAC 2018 – Contraindicações THSOBRAC 2024 – Contraindicações TH
Doença hepática descompensadaSangramento vaginal inexplicável
Câncer de mama atual ou prévioDoença hepática
Lesão precursora para câncer de mamaHistórico de câncer sensível ao estrogênio (incluindo câncer de mama)
Câncer do endométrioDoença coronariana (DC)
Sangramento vaginal de causa desconhecidaAcidente vascular cerebral (AVC)
PorfiriaInfarto do miocárdio (IAM)
Doença coronarianaTromboembolismo venoso (TEV) prévio ou história pessoal ou alto risco de doença tromboembólica hereditária
Doença cerebrovascular
Doença trombótica ou tromboembólica venosa atual ou prévia
Lúpus eritematoso sistêmico
Meningioma (apenas para progestágenos)

Confira as demais atualizações com resumo completo: SOBRAC 2024: o que há de novo sobre Climatério e Terapia Hormonal e assista também à aula do Prof. Carlos Eduardo Martins no vídeo abaixo!

Campanha vacinal contra Poliomielite 2024

De 27 de maio até o dia 14 de junho, o Brasil se mobilizou para a Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite 2024 e teve o dia 8 de junho marcado como o “Dia D” de divulgação e mobilização. A campanha utilizou vacinas oral poliomielite (VOP) e inativada poliomielite (VIP) para crianças menores de 5 anos. 

Dentre os objetivos, a campanha pretende reduzir o risco de reintrodução do poliovírus no país, facilitar o acesso à vacina, reduzir os bolsões de não vacinados e aumentar as coberturas vacinais e a homogeneidade. A iniciativa ganhou ainda mais relevância no momento em que o país se prepara para substituir, a partir do segundo semestre de 2024, as duas doses de reforço da VOP para um reforço com a VIP.

Saiba mais: Campanha Vacinal contra Poliomielite 2024

Nova Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes

A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) divulgou no dia 12 de julho novas diretrizes para o diagnóstico de diabetes mellitus e pré-diabetes. O consenso trouxe mudanças significativas, principalmente nos critérios de diagnóstico e no rastreamento do diabetes. 

Novas recomendações para o diagnóstico do diabetes

A partir de julho de 2024, a SBD incluiu o teste oral de tolerância à glicose de 1 hora no algoritmo diagnóstico do diabetes mellitus. Estudos publicados na “Diabetes Research and Clinical Practice” destacaram que esse teste oferece melhor sensibilidade e especificidade em comparação ao TOTG de 2 horas, além de ser mais prático e menos custoso.

Interpretação do TOTG de 1 Hora:

  • Normal: menor que 155 mg/dL.
  • Pré-diabetes: entre 155 e 208 mg/dL.
  • Diabetes: maior ou igual a 209 mg/dL.

Para confirmar o diagnóstico de diabetes, dois testes alterados são necessários, independentemente do método utilizado. Saiba como ficou o rastreamento do diabetes e mais tópicos atualizados em Novas diretrizes SBD 2024: diagnóstico e tratamento do diabetes

O Prof. Enio Macedo e a Prof.ª Larissa Montechi destacaram os principais pontos e mudanças no consenso sobre avaliação e tratamento da doença renal diabética em duas aulas exclusivas transmitidas em nosso canal do YouTube. Confira os vídeos abaixo!

Conjuntivite Neonatal

Nota técnica divulgada pelo Ministério da Saúde aborda a atualização das orientações para a prevenção da conjuntivite neonatal. Tradicionalmente, utilizava-se o nitrato de prata para profilaxia, método introduzido em 1881. No entanto, novas recomendações sugerem a substituição do nitrato de prata por iodopovidona, eritromicina ou tetraciclina

Essa mudança se deve a várias razões, incluindo a prevalência crescente de outros patógenos, como a Clamídia, que não são cobertos pelo nitrato de prata, e os efeitos adversos associados ao seu uso, como conjuntivite química e desconforto para o recém-nascido.

O uso da iodopovidona é destacado devido à sua eficácia contra uma gama mais ampla de patógenos, menor incidência de resistência bacteriana e ausência de relatos de anafilaxia, sendo economicamente viável. A nova orientação é aplicar profilaxia a todos os neonatos, com preferência por iodopovidona, eritromicina ou tetraciclina, reservando o nitrato de prata apenas quando as outras opções não estiverem disponíveis.

Quimioprofilaxia da Coqueluche

A coqueluche, causada pela bactéria Bordetella pertussis, é uma doença imunoprevenível e altamente transmissível que tem reaparecido no Brasil devido à baixa cobertura vacinal. Afeta principalmente lactentes menores de 6 meses, que apresentam alta morbidade e mortalidade.

Uma nova nota técnica publicada esse ano pelo Ministério da Saúde aborda a quimioprofilaxia pós-exposição e a vacinação seletiva para grupos de risco, que incluem:

  1. Comunicantes intradomiciliares de casos suspeitos ou confirmados.
  2. Pessoas com risco de evoluir para formas graves, como crianças menores de 1 ano e pessoas com condições clínicas preexistentes.
  3. Indivíduos com alto potencial de transmissão, como gestantes no último trimestre e profissionais em contato com grupos vulneráveis.

A quimioprofilaxia deve ser iniciada até 21 dias após a exposição, utilizando principalmente azitromicina. A vacinação seletiva é indicada para crianças menores de 7 anos com a vacina pentavalente ou DTP, e para maiores de 7 anos com a vacina dTpa. Gestantes devem receber a dTpa após 20 semanas de gestação.

Além disso, a coadministração de quimioprofilaxia e vacinação é segura. Medidas adicionais incluem isolamento de casos suspeitos por 5 dias após o início da antibioticoterapia e a antibioticoterapia imediata mesmo sem confirmação laboratorial.

Novos Critérios Diagnósticos da Cetoacidose Diabética

Entre as principais novidades, o critério diagnóstico para Cetoacidose Diabética (CAD) agora considera níveis de glicemia acima de 200 mg/dL, ou diagnóstico prévio de diabetes, facilitando um diagnóstico mais rápido.

Além disso, o novo guideline requer que a cetonúria tenha no mínimo duas cruzes positivas ou aumento da cetonemia para confirmar a cetose. A gravidade da CAD continua sendo classificada como leve, moderada ou grave, mas com a inclusão da cetonemia nos critérios.

O tratamento com insulina também foi atualizado, permitindo o uso de insulina ultrarrápida subcutânea em casos leves. Outras mudanças incluem ajustes nos níveis de potássio para início do tratamento e a remoção do ânion gap como critério de gravidade. Por fim, o uso de bicarbonato foi revisado, sendo recomendado apenas para pH inferior a 7.0.

Novos Critérios da Síndrome Hepatorrenal

O Prof. Élio Castro trouxe as atualizações sobre a síndrome hepatorrenal, destacando mudanças importantes nos critérios diagnósticos e detalhes de tratamento que surgiram recentemente. As novas diretrizes foram publicadas em renomadas fontes, a exemplo do New England Journal of Medicine.

Confira, no vídeo abaixo, as mudanças nos critérios diagnósticos e detalhes do tratamento da Síndrome Hepatorrenal:

Nova Diretriz Europeia de Hipertensão Arterial

Entre as principais mudanças da Nova Diretriz Europeia de Hipertensão Arterial, a classificação da hipertensão foi simplificada, eliminando estágios e dividindo a pressão arterial em três categorias: “não elevada”, “elevada” e “hipertensão”. As faixas de pressão também foram ajustadas, como a pressão diastólica inferior a 70 mmHg sendo considerada “não elevada”. No entanto, esses novos parâmetros ainda não se aplicam à Diretriz Brasileira, que utiliza outros limites para aferições como MAPA e MRPA.

A Diretriz Europeia recomenda a utilização preferencial de MAPA ou MRPA para confirmar diagnósticos, especialmente para pacientes em estágios iniciais de hipertensão, o que já é praticado em algumas diretrizes brasileiras, como a de aferição da pressão arterial. Outra mudança relevante é a exclusão de medidores automáticos para pacientes com fibrilação atrial, devendo-se utilizar métodos tradicionais com manômetro.

Além disso, a diretriz expande o rastreamento para a hipertensão, recomendando aferições a cada três anos para pacientes com menos de 40 anos e anualmente para aqueles com mais de 40. Confira mais sobre a nova diretriz europeia no vídeo abaixo:

Para continuar de olho nas atualizações que podem ser cobradas na sua prova, acompanhe o nosso canal do Youtube. Não deixe de conferir também o Portal de Notícias do Estratégia MED! Aqui, você encontrará mais conteúdos relevantes sobre a área médica, informações atualizadas para suas provas e editais para residências, carreira médica e muito mais.

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